PEDAGOGOS EM AÇÃO

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A ALMA QUE SE ABRE

   Paul Roazen,professor de ciências políticas e sociais na York University em Toronto(Canadá),faz uma leitura dos aspectos políticos de Freud e da psicanalise.Ele fala do papel que a repressão ocupa na sociedade.Até que ponto o homem é senhor de seus atos e de suas tendências anti-sociais.
   O esmagamento das pressuposições racionalistas operado por Freud é talvez o aspecto do seu pensamento que teve maior efeito em nosso pensamento político.Freud demonstrou até que ponto a criança vive no adulto,até que ponto as inseguranças psicológicas impedem que o homem governe a si mesmo.Como disse Erickson,para acabar com a autocracia, a exploração e a desigualdade no mundo precisamos primeiro dar-nos conta de que a primeira desigualdade da vida está entre a criança e o adulto.Essa intolerância pela distorção das capacidades humanas está sempre logo abaixo da superfície,na psicanálise. Mesmo quando Freud mais se assemelha a Burke,por exemplo, o papel potencialmente libertado das repressões é o que mais intriga.
   Em outras palavras,podemos considerar o pensamento de Freud como a tradição liberal voltando-se contra si mesma numa auto-inquirição.Conquanto se possa interpretar Freud dessa maneira, isso não quer absolutamente dizer que tenhamos descoberto o "verdadeiro" Freud. A realidade intelectual é ainda mais rica; no contexto dos limites escolásticos há um sentido em que, como diz Nietzche:"Todo grande indivíduo tem força retroativa;a totalidade da história é novamente sopesada por sua causa e há mil e um segredos do passado que emergem de seus esconderijos para a luz do seu sol.Não há jeito de predizermos o que será ainda a história algum dia. Talvez o passado esteja essencialmente oculto! Muitas forças retroativas se fazem ainda necessárias".
      Se conseguirmos convencer-nos de que Freud encontrado é em grande parte uma projeção de nossa próprias preocupações, de que a psicanálise inerentemente não é liberal nem conservadora,mas que contém traços de ambos os pensamentos,então estaremos correndo perigo de nos enganarmos.

ROAZEN,PAUL.Freud:pensamento político e social.São Paulo Brasiliense,1973.p.160

Adaptado pelo Prof.Mestre e Especialista em Educação
Ednilson Simei Maciel de Moraes

terça-feira, 9 de outubro de 2012

PEDAGOGOS EM AÇÃO: RELAÇÃO ENTRE O BELO ARTÍSTICO E O BELO NATURAL

PEDAGOGOS EM AÇÃO: RELAÇÃO ENTRE O BELO ARTÍSTICO E O BELO NATURAL:    O belo artístico,produto do  espírito ,é sempre superior ao belo natural ,porque só ele participa da verdade,diz Hegel.Essa obra é dedi...

RELAÇÃO ENTRE O BELO ARTÍSTICO E O BELO NATURAL

   O belo artístico,produto do espírito,é sempre superior ao belo natural,porque só ele participa da verdade,diz Hegel.Essa obra é dedicada a estética,quer dizer : à filosofia , à ciência do belo, e, mais precisamente,do belo artístico,pois dela se exclui o belo natural.Para justificar essa exclusão,poderíamos dizer que a toda ciência cabe o direito de se definir como queira;não é,porém,em virtude de uma arbitrária decisão que só o belo artístico é o objeto escolhido pela filosofia.
   O hábito que temos de,na vida cotidiana,falar de um belo céu,de uma bela árvore,de um belo homem,de uma bela demonstração, e de uma bela cor,etc.,leva-nos a ver como definição arbitrária a que exclui o belo natural.Não podemos agora examinar a questão de saber se há razão em qualificar de belos objetos da natureza como o céu ,o som,a cor,etc.,se tais objetos merecem em geral aquela qualificação e se,por conseguinte,na mesma definição deveremos abranger o belo natural e o belo artístico.Segundo a opinião corrente,a beleza criada pela arte seria muito inferior à da natureza e o maior mérito da arte residiria em aproximar as suas criações do belo natural.Se,na verdade,assim acontecesse, ficaria excluída da estética,compreendida como ciência unicamente do belo artístico,uma grande parte do domínio da arte. Mas,contra essa maneira de ver,julgamos nós poder afirmar que o belo artístico é superior ao belo natural,por ser um produto do espírito que,superior à natureza,comunica essa superioridade aos seus produtos e,por conseguinte,à arte;por isso é o belo artístico superior ao belo natural.Tudo quanto provém do espírito é superior ao que existe na natureza.A pior das idéias que perpasse de um homem é melhor e mais elevada do que a mais grandiosa produção da natureza justamente porque essa ideia participa do espírito,porque o espiritual é superior ao natural.

AUTOR:EDNILSON SIMEI MACIEL DE MORAES
PROF.MESTRE E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO
e-mail:ednilsonsimei@gmail.com